A vila, a praia e o futebol, riqueza na simplicidade

Finda-se mais uma tarde num lugarejo brasileiro.

A praia paradisíaca convida-nos a ficar, mas o sol insiste em ir.

Os meninos que antes ofereciam água de coco, assentos à beira mar e petiscos juntam-se para confraternizar. Uma bola, alguns cocos usados como trave para um gol improvisado, muita disposição e a festa começa.

sao-miguel-dos-milagresAlguns vestem camisetas com o desenho de marcas famosas, mas o tecido denuncia a malandragem de quem vende gato por lebre, como se a lebre do caso fosse muito importante.

Os cabelos queimados de sol, a pele morena, e o lindo sotaque nordestino, dribles, gritos e gols são a recompensa de um dia a mais. Amanhã, talvez haverá novos turistas e um pouco mais de chance de levar uns trocos a mais para casa.

No caminho para o vilarejo observa-se coqueirais, cana de açúcar e uns poucos pastos. O vilarejo pobre contrasta com a riqueza ao exibir seus moradores sentados à beira da rua numa grande amizade. Os sorrisos continuam. Seja com a trouxa na cabeça ou com o amendoim a oferecer.

Os barcos vazios aguardam o momento de velejar, sair à pesca. Um bom pescado faz a diferença no vilarejo só conhecido pela natureza quase intocada e pelas praias quentes e calmas que fazem a alegria do turista.

O mesmo sol que colabora com o bronzeado da população traz esperança de dias melhores.

O turista tem pressa, entra no ônibus com o ar condicionado e janelas fechadas e fecha os olhos cansado da maresia. Adormece enquanto o transporte segue. Alguém o despertará na porta do hotel.

Os meninos esperam por sua vez, mas seguem a vida sem luxo, sem pressa e sem preocupação. Divertem-se e sorriem. Sem Wi-Fi, sem celular, mas com saúde, coragem e superação.

Nos encoraje deixando um comentário!