Pilatos, errado mas popular – Escolha a quem agradar

“Então Pilatos decidiu fazer a vontade deles” Lucas 23.24

“Desejando agradar a multidão, Pilatos soltou-lhes Barrabás, mandou açoitar Jesus e o entregou para ser crucificado” Mc. 15.15.

Jesus, um homem justo, íntegro e reto. Do outro lado uma multidão de insatisfeitos, conduzidos por uma religiosidade fria, calculista e enfadonha. Jesus sendo interrogado e enfrentado um julgamento parcial e autoritário, também viu uma multidão de testemunhas de acusação.

Levado à Pilatos, Jesus foi julgado por uma pessoa que queria agradar a multidão, e, apesar de lavar as suas mãos o entregou para ser crucificado.

Pilatos reflete um poder corrompido pelo desejo da maioria. Mas, Pilatos também reflete cada um de nós, quando abrimos mão da verdade e da justiça para ceder ao que os outros querem. De fato, continuar andando contra os costumes da multidão não é fácil. A multidão nos pede para abrirmos mão da fé, dos valores e dos bons costumes. A multidão quer a desordem, o tumulto e a presença de Barrabás. A multidão não quer Jesus e nem o seu sermão. A multidão quer a violência, o desrespeito e o desamor.

Jesus nunca se deixou impressionar pela multidão. Enquanto a multidão o comprimia ele sentia o toque da mulher do fluxo de sangue, ou notava Zaqueu na figueira. Jesus conseguia se desvencilhar de modo que deixou claro que não desejava agradar a maioria. Em outra ocasião refletimos sobre as multidões que se maravilhava com Jesus, mas ele nunca se deixou influenciar pelas pessoas.

Pilatos queria status, desejava ser um líder simpático e deixou-se ser influenciado pelo povo. Certas amizades e influências tem um alto preço. Estaríamos dispostos a pagar esse preço?

1. Seguir Jesus

Seguir Jesus nos sugere algumas perdas:

Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou destruir a si mesmo? Lucas 9.23-25.

A vida do discípulo, a partir deste texto, não sugere uma vida de muitos fãs e adeptos, ao contrário, aparenta ser uma vida mais reclusa, de poucos amigos. Deseja ganhar o mundo quem não quer a cruz. A mensagem da cruz implica em renúncia e entrega diária, o que não é confortável.

2. Padrões mundanos ou vontade de Deus

Em Romanos 12.2 diz:

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

O mundo tem um padrão que visa agradar a multidão. O padrão do politicamente correto, do pecado travestido de pensamento moderno, da vitimização do ser humano e etc.

Multidão

Costumes mudam. Corpos também. Não se aceita o ser “criado à imagem e semelhança do Criador”, até porque não se acredita num Criador. Ninguém se aceita como é e isso faz parte da multidão sempre à procura da novidade que possa lhe satisfazer o ego. Algumas teorias tem como premissa trazer a aceitação de todos, mas o que se vê é o aumento do ódio e da intolerância, além de uma multidão de insatisfeitos que não sabem o que querem ou onde desejam chegar.

Transformar-nos pela renovação da nossa mente é dizer não ao que se é posto como verdade e rejeitar os gritos da multidão violenta e afoita. E, mais uma vez pegaremos a cruz e seremos rechaçados. Afinal, não precisamos de fãs, precisamos de Jesus.

3. A recompensa

Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam, 1 Coríntios 2.9.

Precisamos manter nossa esperança e fé no que Deus está preparando. O mundo é passageiro. A multidão também. Olhar para o Eterno, Autor e Consumador da nossa fé é imprescindível para uma caminhada íntegra. Não podemos nos distrair com os prazeres passageiros. Precisamos continuar firmes. Ele é Fiel para cumprir o que nos prometeu.

Sim, haverá recompensa para aquele que perseverar. Olhar sempre para os aplausos pode nos levar a viver uma vida medíocre baseada no hoje. O céu está logo ali. O peregrino avistará o descanso e participará do banquete eterno, se não amar o mundo e o que nele há.

Conclusão

Precisamos escolher a quem agradar. Quiça as pessoas estão curtindo o que falamos porque apenas lhes agradamos. Viver contra a multidão implica num confronto duríssimo e cheio de rancor e ódio. Mas, não agradaremos a multidão se estivermos agradando Jesus. O mundo não entende a cruz. O mundo não tolera opositores. O mundo odeia quem curte o sermão da montanha. A multidão quer um espetáculo, quer Barrabás e deseja a morte de um inocente justo e que apenas quis salvá-la do inferno.

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