As mudanças de visão sobre a vida no decorrer dos anos

Visão sobre a vida e o passado

É interessante como a nossa visão sobre a vida muda a partir com o decorrer dos anos. Me lembro bem, que, quando fiz as contas de que nos meus quinze anos, meu pai teria cinquenta, chorei. Chorei achando que ele estaria muito velho. Chorei temendo perdê-lo…

Os anos se passaram. Meu pai continua vivo, com bem mais de setenta. E, eu caminho para os cinquenta. Falta um bocado ainda, mas desejo chegar lá e continuar vivendo.

Visão sobre a vida e o presente

A nossa visão muda literalmente. O braço encurta e precisamos de óculos para leitura. Bom, eu que uso óculos desde os dez anos, posso dizer que cheguei numa fase que eu considerava por demais complexa: a fase do óculos multifocal (outras “crises” de envelhecimento na postagem O tempo e o Espelho).

A visão sobre o mundo também fica bem alterada. Começamos a ignorar pequenos conflitos, e a valorizar as superações.

Com o passar do tempo amamos mais, valorizamos um “bom dia” acompanhado de sorrisos, cultivamos amizades e praticamos boas ações. Descobrimos que andamos correndo demais atrás do vento. E, que o vento passa, que cansamos e se não focarmos no que realmente importa, a vida vai ficando desinteressante.

Com o decorrer dos anos devemos alcançar a maturidade: optar pelo simples, agradecer mais, ser mais realista e aprender com as perdas; a trocar a solidão pela solitude, a apreciar o silêncio e a ouvir mais as batidas do nosso próprio coração. Sim, as batidas de um coração incansável… Que aguentou sustos, adrenalinas, que já doeu de tanta tristeza, que em diversas ocasiões pareceu diminuir e ficar bem apertadinho… Mas, que continua marcando o ritmo do nosso corpo e mantendo os órgãos em funcionamento.

Visão sobre a vida e o futuro

No Livro de Êxodos, capítulo 23, a partir do versículo 20, Deus está orientando o povo de Israel e fazendo a promessa da sua presença e o que isto implicaria. Mais precisamente no final do versículo 26, ele diz: “Farei completar-se o tempo de duração da vida de vocês” (NVI). Esse texto nos dá uma tranquilidade com relação ao nosso futuro. Por mais que não podemos deixar de exercer os cuidados próprios, podemos nos assegurar de que Deus pode realizar a promessa de completar os dias para nós programados.

Acredito que vivo num relógio que tem um tempo programado para mim. A quantidade de dias, horas, meses e anos, me são desconhecidos. É uma surpresa acordar cada manhã e abrir os olhos. É uma surpresa sair de manhã, enfrentar o trânsito e chegar em casa a tarde. É uma surpresa acordar depois de uma cirurgia. Vivemos de surpresas. É uma grata surpresa poder servir de lugar para uma nova vida se desenvolver, gerar e ajudar a desenvolver uma nova pessoa.

Um dia vou embora. A vida vai ser tirada de meu corpo envelhecido. Oxalá que esteja bem desgastado pelos anos vividos. Mas, não sei se será essa realidade. Algumas vidas são interrompidas pela doença que lentamente vai tomando conta dessa caixa temporal. Outras, não tem o privilégio de voltar para casa ou despertar do sono. É assim. Vamos chorar a partida de alguém, e provavelmente alguém chorará a nossa despedida.

Por enquanto…

Por enquanto seguimos confiantes de que haverá o amanhã. Fazemos planos, vivemos de sonhos, perdas ou conquistas.

Comemoramos, rimos de alegria e de tristeza, ou seja, vivemos. Que esta vida que nos foi presenteada seja intensamente vivida, e que possamos extrair o melhor dela, o mais terno abraço, o mais sincero sorriso e a mais plena gratidão por mais um dia, um mês e um ano de um lindo e desejado presente chamado Vida.

17/04/18

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